Oi amigo, tudo bem? Aqui as coisas até que vão bem. Eu tô com uma tosse há semanas, talvez devesse ir ao médico.
Mas não tô escrevendo pra falar de tosse.
Queria te contar que visitei onde eu morei por 10 anos, dos 9 aos 19. É um condomínio onde eu aprendi tanta coisa… Conheci sentimentos importantes também, como amizade, amor, traição, vingança. Foram 10 anos importantes e voltar pra esse lugar, mesmo que por 40 minutos, me fez chorar muito quando eu ia embora.
Não sei porque chorei tanto, não sei de verdade. Talvez saudade de quem eu era, da vida naquela época. Talvez.
Talvez seja o sentimento de comparar minhas lembranças infantis com a nova perspectiva. Aquele condomínio parecia gigante, com infinitos lugares para se esconder, para brincar, para beijar o primeiro amor, para contar segredos sem medo de quem ouviria. Era imponente.
E agora é tudo tão pequeno, tão simples, não intimida, não dá medo, mas continua a passar segurança. Sempre será a casa de primeiras vezes, será a casa da criança assustada, com 9 anos de idade, que não sabia se faria amigos. Da adolescente de 15 que se descobria, que achava que sabia o que queria e não queria. Do meu primeiro beijo, do meu primeiro amor não correspondido, do primeiro amor correspondido, das primeiras brigas entre amigos e amores, entre vizinhos.
A expectativa e exaltação de quando novas crianças ou adolescentes apareciam, primos ou sobrinhos de moradores. Criando laços e intrigas.
A guerra não declarada com os condomínios vizinhos e com o bairro de cima. Que nunca foi real, pois no fim todos acabaram amigos.
É assustador ver como as coisas mudam e, mais assustador ainda, como eu mudei. Como eu mal lembro de quem era. Me pergunto o que a Isadora de 12 anos acharia da Isadora de 26. Ela tinha tantos planos e ideias que eu não alcancei, que não consegui atingir. É doloroso pisar onde isso fica tão evidente, onde a Isadora de 12 está me olhando e me perguntando o que aconteceu, pra onde foi tudo o que ela queria ser.
Crescer dói. A gente esquece disso, mas eu tive a sorte de ser relembrada, de ter isso esfregado na minha cara. Muita gente esquece e não tem quem ou o que lembre eles, acho que isso não é bom. Da mesma forma que ficar preso ao passado faz mal, não visitá-lo às vezes também faz.
Sempre falam de equilíbrio e balanço, né?
Bom, no momento o único balanço que eu consigo pensar é no balanço do parquinho onde eu brincava e ralava os joelhos.
Passei por um momento parecido no último fim de semana. O Lucas de 32 teve um encontro com o de 13 na cidade onde eu morava. Era tudo tão mais inocente mesmo… Mas naquela idade, eu devia ter uma grande ânsia de crescer e ser adulto. Agora que sou, queria estar lá de novo… Não que a vida esteja ruim, nada disso! É só que era melhor 🙂
Obrigado pelo post. Encarar o passado é realmente difícil, porém necessário às vezes.
Grande abraço,
Lucas Palhão
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Exato. Eu tinha vontade de crescer logo e agora eu só queria mais um dia correndo naquele condomínio.
Crescer faz parte, mas é difícil demais.
Obrigada pelo comentário 🙂
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Obrigado como seus artigos como sempre, muito bons.
Parabéns, estou ansiosa para ler o próximo artigo.
Beijos.
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Muito obrigada ❤
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