Aqueles clichês que dizem o que queremos ouvir, o que acham que é o certo.
“Se é um clichê, é porque faz sentido”.
Com todo respeito à história e aos clichês usados por quem não consegue se expressar além deles, discordo.
Ele não me faz sentir como se estivesse pegando ar após estar muito tempo embaixo d’água. Tampouco como se colocasse óculos após anos de miopia.
Ele me causa calor. Me causa vontade e ao mesmo tempo conforto. Não é algo definitivo, não é fácil. O que ele causa é paradoxal.
A vontade de fugir e ver o mundo, mas, ao mesmo tempo, ficar embaixo de seus braços como se fossem minha coberta preferida num dia frio. Aquela coberta de anos, que só o cheiro já nos faz sentir em casa.Ele traz conforto que foi precedido por ansiedade e angústia. Qual tipo de louco consegue fazer isso?
Ninguém. Só ele.
E só ele me traz os demônios e a paz de quem vive no mundo onde o bem e o mal não são, nem serão, definitivos.
Ele é a coberta que me cobre quando sei que tenho 10 minutos a mais de sono.
É a vontade de me jogar de uma janela enquanto penso sobre o que essa vida é feita.
É um combustível que eu uso para sobreviver. Não é bom ou mal. É ele. É o que penso e faço dele. E ele só existe.
A palavra de quatro letras que você sempre aguarda ouvir, que é uma ânsia vinda diretamente da alma, como um alcoólatra esperando por uma gota.
Ela vem, ela sempre vem. O problema é ela ficar. Ou não, ou talvez, exatamente por ela não ser perpétua, que é tão sentida. O medo do amor acabar é quase tão grande quanto o medo da morte, para alguns é até pior.
Mas viver com medo do amor acabar é focar no final sem apreciar o que acontece na sua frente enquanto você pensa no futuro. Qual o sentido?
Ele só existe. Ele só está lá. Até não estar mais.